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Neil Young disponibiliza toda discografia!
Música
Publicado em 03/12/2017

O músico canadense Neil Young colocou no ar um projeto monumental na internet, que vai incluir "todos os compactos, faixas gravadas ou álbum que eu já produzi", desde suas primeiras sessões de gravação, em 1963.

 

O anúncio é sensacional: há anos Young vem lançando músicas perdidas e shows inteiros dos anos 1960 e 1970. Agora, de repente, ele promete colocar tudo no ar —e gratuitamente "no início", afirmou ele em nota, sem especificar por quanto tempo.

 

A inauguração do "Neil Young Archives" será marcada por um show realizado em algum lugar secreto do Canadá (é assim mesmo que está sendo divulgado), também transmitido pela internet, mas aparentemente não para o Brasil —a menos que você tenha um serviço de VPN, que não informa o local de onde você acessa (o que não é ilegal).

 

Young lança hoje também seu 44º álbum solo de estúdio, "The Visitor", que devido à magnitude do "Neil Young Archives", ficou totalmente relegado às sombras.

 

Os arquivos estão programados para serem abertos exatamente às 20h do horário da costa leste americana, o que significa 23h em São Paulo nesta sexta (01/12/2017).

 

A página simula uma velha gaveta de arquivo, pronta para ser puxada. Há um buraco de chave no canto superior direito, mas a chave mesmo só deve estar disponível no horário anunciado.

 

Há algumas semanas, Young escreveu uma nota explicando como o site vai funcionar. Uma linha do tempo percorre toda sua carreira, de 1963 até agora, com todos os álbuns lançados e não lançados, incluindo os que ainda estão em produção.

 

As músicas terão sua própria pasta, com os créditos de quem toca na gravação, "memorabilia, filmes, material de imprensa relacionado e fotografias", ele escreveu.

 

Audiófilo radical e crítico bem extremo do mp3 (tipo de arquivo de áudio) por achá-lo com péssima qualidade sonora, Young vai transmitir todo seu material por meio de um novo serviço chamado Xstream. Segundo o músico, o sistema é de seis a 30 vezes melhor que o mp3, trazendo ao ouvinte a sensação real do momento em que a música foi gravada.

 

Apesar da promessa, um teste realizado pela imprensa americana com pessoas ouvindo música em celulares normais e depois no sistema de Young não acusou nenhuma preferência pelo último.

 

O título do novo álbum de Neil Young, "The Visitor", brinca com algo que intriga seus fãs há muito tempo. Ele é canadense ("Eu sou canadense, aliás", canta na faixa de abertura, "Already Great"), mas se comporta como um americano ("Mas eu amo os EUA", continua a letra).

 

Young vive nos Estados Unidos desde 1900 e tralalá e está sempre metendo o bedelho na política do país. Nos anos 1980, defendeu a candidatura de Ronald Reagan e, nos 2000, assumiu posturas antiguerra (como no álbum "Living With War", 2006) e anticorporações ("Mosanto Years", 2015).

 

O jornal canadense "The Globe and Mail" não deixou passar a ironia no artigo "'The Visitor' é um distinto disco americano".

 

"Imagine Neil Young na fronteira falando com o oficial da imigração sobre seu 'green card'. Ele nasceu num país, vive em outro. Tem algo a declarar? Sempre. Na verdade, você não consegue calar a boca dele."

 

NEIL YOUNG ARCHIVES

ONDEWWW.NEILYOUNGARCHIVES.COM

 

AO VIVO DE ALGUM LUGAR DO CANADÁ

QUANDO sexta (1º/12), 23h (horário de Brasília)

ONDE www.ctv.ca (é preciso usar um serviço de VPN, que não informa a região do acesso)

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